OS CINCO PONTOS DO CALVINISMO - Parte I
Introdução
A Igreja de Cristo é invisível, não pode ser discernida pelos olhos físicos porque é essencialmente espiritual. O seu rol de membros é o livro da vida (Lucas 10.20; Apocalipse 20.15; 21.27). Mas a Igreja de Cristo tem, também, um lado visível, que são as comunidades de crentes, as igrejas locais, organizadas e compostas pelos servos de Jesus Cristo. "Justamente como a alma humana se adapta a um corpo e se expressa por meio do corpo, assim a igreja invisível, que consiste, não de almas, mas de seres humanos que têm alma e corpo, assume necessariamente forma visível numa organização externa, por meio da qual se expressa".[1]
A IGREJA PRIMITIVA
Historicamente a igreja cristã nasceu no dia de Pentecostes. A princípio ela era considerada apenas uma seita do judaísmo (Atos 24.14; 28.22). Mas, com o passar do tempo, adquiriu identidade própria.
Os cristãos foram violentamente perseguidos pelos judeus e pelos romanos. A perseguição, contudo, ajudava a igreja. Os crentes tornavam-se mais ousados, E os falsos cristãos não suportavam a pressão e saíam. Assim a igreja ia, ao mesmo tempo, se fortalecendo e se purificando.
No século IV cessaram as perseguições. No ano 313, Constantino e Licínio, concorrentes ao trono imperial, se encontraram e assinaram o Edito de Milão, concedendo plena liberdade ao cristianismo. Em 323 Constantino finalmente derrotou Licínio, tornando-se o único governante do mundo romano. Com seu tino político sentiu a necessidade de unificar o Império. “Havia uma só lei, um só imperador e uma única cidadania para todos os homens livres. Era necessário que houvesse também uma só religião”.[2] E o cristianismo passou a receber proteção oficial do Império Romano. A partir de então, a igreja cristã passou a receber um grande número de adesões. Muitas pessoas, sem a verdadeira conversão, entraram para a igreja. A atuação de tais pessoas e a influência do mundo pagão levaram a igreja a adotar doutrinas e práticas que se chocam brutalmente com os ensinos bíblicos. Eis alguns exemplos: no ano 375 foi instituído o culto aos santos; no ano 431, instituiu-se o culto a Maria, a partir do Concílio de Éfeso, cidade em que pontificava a grande Diana dos Efésios, divindade feminina pagã; em 503 surgiu a doutrina do purgatório; em 783 foi adotada a adoração de imagens e relíquias; em 1090, inventou-se o rosário; em 1229 foi proibida a leitura da Bíblia. Há muitas outras inovações que seria longo mencionar aqui.
Algumas pessoas afirmam que a igreja organizada pelos apóstolos é a Igreja Católica Romana. Quanto a isto devemos esclarecer o seguinte:
a) A igreja dos apóstolos não adotou nenhum nome específico. Ela é chamada no Novo Testamento simplesmente de igreja. Historicamente ela é denominada Igreja Primitiva, por ter sido a primeira.
b) O sistema de governo e a organização da Igreja Primitiva, suas doutrinas e sua liturgia, eram bem diferentes do que é praticado pela Igreja Católica Romana.
c) A verdade é que a Igreja Católica Romana surgiu das transformações ocorridas na Igreja Primitiva. Transformações que, lamentavelmente, só afastaram a igreja dos ensinos de Jesus Cristo.
As heresias mencionadas, aliadas à corrupção e imoralidade do clero, levaram a igreja a perder suas principais características de igreja cristã. Mas ainda existiam pessoas sinceras, tementes a Deus, que clamavam por uma reforma.
A REFORMA PROTESTANTE
A partir do ano 1300, o mundo ocidental experimentou um sentimento crescente de nacionalismo. Os povos não queriam sujeitar-se a Roma. Aspiravam ver surgir uma igreja nacional. Esse clima favoreceu o surgimento dos Precursores da Reforma. Eram homens cultos, de vida exemplar, que tinham prazer na leitura e na exposição da Bíblia Sagrada. São chamados precursores porque antecederam aos reformadores e, principalmente, porque não conseguiram superar o legalismo religioso – não descobriram a graça salvadora. Queriam fazer alguma coisa para alcançar a salvação, quando a Bíblia afirma: “Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2.8,9).
Os principais precursores da Reforma foram: João Wyclif (1328?-1384), professor na Universidade de Oxford, na Inglaterra: João Huss (1373?-1415), professor na Universidade de Praga, que foi queimado por causa de sua fé; e Girolano Savonarola (1452-1498), monge dominicano, que foi enforcado e queimado por ordem do Papa Alexandre VI, em Florença, na Itália.
Além dos movimentos liderados pelos Precursores da Reforma, ocorreram outras tentativas de reformar a igreja, mas sem êxito. No século XVI a situação era bastante propícia a uma reforma da igreja. A Europa estava no limiar de uma nova época política e social. Gutemberg revolucionara o processo de impressão de livro; Colombo descobrira a América... E o descontentamento com a igreja persistia. Tudo isso preparava o terreno para a reforma. E Lutero foi o homem que Deus levantou para desencadear o movimento que resultou na Reforma Religiosa do Século XVI.
A Igreja de Cristo é invisível, não pode ser discernida pelos olhos físicos porque é essencialmente espiritual. O seu rol de membros é o livro da vida (Lucas 10.20; Apocalipse 20.15; 21.27). Mas a Igreja de Cristo tem, também, um lado visível, que são as comunidades de crentes, as igrejas locais, organizadas e compostas pelos servos de Jesus Cristo. "Justamente como a alma humana se adapta a um corpo e se expressa por meio do corpo, assim a igreja invisível, que consiste, não de almas, mas de seres humanos que têm alma e corpo, assume necessariamente forma visível numa organização externa, por meio da qual se expressa".[1]
A IGREJA PRIMITIVA
Historicamente a igreja cristã nasceu no dia de Pentecostes. A princípio ela era considerada apenas uma seita do judaísmo (Atos 24.14; 28.22). Mas, com o passar do tempo, adquiriu identidade própria.
Os cristãos foram violentamente perseguidos pelos judeus e pelos romanos. A perseguição, contudo, ajudava a igreja. Os crentes tornavam-se mais ousados, E os falsos cristãos não suportavam a pressão e saíam. Assim a igreja ia, ao mesmo tempo, se fortalecendo e se purificando.
No século IV cessaram as perseguições. No ano 313, Constantino e Licínio, concorrentes ao trono imperial, se encontraram e assinaram o Edito de Milão, concedendo plena liberdade ao cristianismo. Em 323 Constantino finalmente derrotou Licínio, tornando-se o único governante do mundo romano. Com seu tino político sentiu a necessidade de unificar o Império. “Havia uma só lei, um só imperador e uma única cidadania para todos os homens livres. Era necessário que houvesse também uma só religião”.[2] E o cristianismo passou a receber proteção oficial do Império Romano. A partir de então, a igreja cristã passou a receber um grande número de adesões. Muitas pessoas, sem a verdadeira conversão, entraram para a igreja. A atuação de tais pessoas e a influência do mundo pagão levaram a igreja a adotar doutrinas e práticas que se chocam brutalmente com os ensinos bíblicos. Eis alguns exemplos: no ano 375 foi instituído o culto aos santos; no ano 431, instituiu-se o culto a Maria, a partir do Concílio de Éfeso, cidade em que pontificava a grande Diana dos Efésios, divindade feminina pagã; em 503 surgiu a doutrina do purgatório; em 783 foi adotada a adoração de imagens e relíquias; em 1090, inventou-se o rosário; em 1229 foi proibida a leitura da Bíblia. Há muitas outras inovações que seria longo mencionar aqui.
Algumas pessoas afirmam que a igreja organizada pelos apóstolos é a Igreja Católica Romana. Quanto a isto devemos esclarecer o seguinte:
a) A igreja dos apóstolos não adotou nenhum nome específico. Ela é chamada no Novo Testamento simplesmente de igreja. Historicamente ela é denominada Igreja Primitiva, por ter sido a primeira.
b) O sistema de governo e a organização da Igreja Primitiva, suas doutrinas e sua liturgia, eram bem diferentes do que é praticado pela Igreja Católica Romana.
c) A verdade é que a Igreja Católica Romana surgiu das transformações ocorridas na Igreja Primitiva. Transformações que, lamentavelmente, só afastaram a igreja dos ensinos de Jesus Cristo.
As heresias mencionadas, aliadas à corrupção e imoralidade do clero, levaram a igreja a perder suas principais características de igreja cristã. Mas ainda existiam pessoas sinceras, tementes a Deus, que clamavam por uma reforma.
A REFORMA PROTESTANTE
A partir do ano 1300, o mundo ocidental experimentou um sentimento crescente de nacionalismo. Os povos não queriam sujeitar-se a Roma. Aspiravam ver surgir uma igreja nacional. Esse clima favoreceu o surgimento dos Precursores da Reforma. Eram homens cultos, de vida exemplar, que tinham prazer na leitura e na exposição da Bíblia Sagrada. São chamados precursores porque antecederam aos reformadores e, principalmente, porque não conseguiram superar o legalismo religioso – não descobriram a graça salvadora. Queriam fazer alguma coisa para alcançar a salvação, quando a Bíblia afirma: “Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2.8,9).
Os principais precursores da Reforma foram: João Wyclif (1328?-1384), professor na Universidade de Oxford, na Inglaterra: João Huss (1373?-1415), professor na Universidade de Praga, que foi queimado por causa de sua fé; e Girolano Savonarola (1452-1498), monge dominicano, que foi enforcado e queimado por ordem do Papa Alexandre VI, em Florença, na Itália.
Além dos movimentos liderados pelos Precursores da Reforma, ocorreram outras tentativas de reformar a igreja, mas sem êxito. No século XVI a situação era bastante propícia a uma reforma da igreja. A Europa estava no limiar de uma nova época política e social. Gutemberg revolucionara o processo de impressão de livro; Colombo descobrira a América... E o descontentamento com a igreja persistia. Tudo isso preparava o terreno para a reforma. E Lutero foi o homem que Deus levantou para desencadear o movimento que resultou na Reforma Religiosa do Século XVI.
OBS: O Uso deste material foi extraido da Apostila elaborado pelo Rev. Adão Carlos Nascimento para uso interno na Igreja Presbiteriana de Campinas.
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